Como havia dito anteriormente, "A Campanha", do mexicano Carlos Fuentes, foi o último livro que li, me deixando impressões muito vívidas.
Enredo e texto são irretocáveis. A história do jovem argentino Baltasar Bustos é narrada pela memória de seu amigo e correspondente, o editor Manuel Varela. Baltasar sequestra o filho da mulher por quem se apaixona, por idealismo, trocando-o por um bebê negro. Sua amada é Ofelia Salamanca, esposa do juiz designado pela coroa espanhola para reprimir a incipiente revolução.
Contudo, o bebê negro morre queimado num trágico incêndio, antes que a troca fosse percebida e Baltasar é convocado as armas pelas tantas revoluções latino americanas que se sucederam no início do século XIX. Durante dez anos da vida do herói revolucionário, entre uma batalha e outra, é meta de Baltasar, encontrar sua amada Ofelia Salamanca, para pedir-lhe perdão e comunicar que seu filho ainda vive.
O livro é absolutamente surpreendente. A cada capítulo, a sucessão de acontecimentos e de ambientações físicas e sociais, tornam a leitura extasiante. Existe uma espera do protagonista, que ao mesmo tempo em que se apresenta angustiante, mostra-se também como uma jornada para que Baltasar Bustos, e o leitor, possam conhecer e reconhecer as origens e culturas latino americanas.
Mais que uma história de um amor impossível, trata-se da história de um continente, onde o autor não se furta de discussões morais, filosóficas e historiográficas. E só nas últimas páginas é que a verdadeira história vem a tona.
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