segunda-feira, 31 de maio de 2010

Lost



Foram seis anos. Seis anos em minha vida nos quais fiquei doente de ansiedade esperando pela temporada seguinte do "Lost" e cada uma delas valeu a pena.
Esta semana, assisti ao último episódio da série e foi realmente o último. Não se enganem, não se iludam: acabou mesmo. Para quem acompanhou toda a série com fixação, como eu, certamente ficou satisfeito com o final, que obviamente, não poderia ser outro. Triste, até dramático, eu diria, mas perfeito.
Não ficou nenhuma ponta solta. E se tivesse ficado? Qual seria o problema? Estamos falando de "Lost": tudo é possível e o mistério é a alma do negócio, quer dizer, era. Tudo que ficou sem explicação estava além da mitologia da ilha, dando a entender que sua história é mais antiga que a humanidade, e que pobres mortais como nós, já sabíamos o suficiente.
Foram seis temporadas incríveis! Quando algo realmente bizarro acontecia, pensávamos: "e a agora, como isso vai ser explicado?" e a partir da terceira temporada as respostas vieram.
O fim começou a se prenunciar no 14º episódio da 6ª temporada, daí em diante foi uma choradeira digna de "Brothers and Sisters", e nem os créditos do 18º e último episódio foram capazes de secá-las. A sensação de fim foi marcante, ninguém foi capaz de duvidar, acabou mesmo.
Um dos criadores da série, Damon Lindelof, já era nosso velho conhecido, meu e de meus amigos marvetes, né Thiago? Ele foi um dos maiores motivos por termos apostado e acompanhado o seriado. Juro que esse ele começar a escrever "Jornadas nas estrelas" eu vou assistir.
Bem, como diria meu amigo Thiago, "agora é descobrir um outro seriado para nos viciarmos" ou sofrer alguns anos com a abstinência, sim, porque desde "Arquivo X" eu não via algo tão bom.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sorte e competência




Só uma mensagem de otimismo aos meus amigos Émile, Michelle, Álvaro, Patrícia e Luiz Henrique:
Que a Fortuna vos sorria.
Que Clio e Erato vos inspirem.
Que a voz de Calíope faça-se vossa.
Que Ares subjugue vossos oponentes.
Que a sapiência e a égide de Atena vos defendam.
E que volteis a casa com a sensação de dever cumprido.
E que a vitória seja certa.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

As revoluções, um crime e uma paixão maior que a vida


Como havia dito anteriormente, "A Campanha", do mexicano Carlos Fuentes, foi o último livro que li, me deixando impressões muito vívidas.
Enredo e texto são irretocáveis. A história do jovem argentino Baltasar Bustos é narrada pela memória de seu amigo e correspondente, o editor Manuel Varela. Baltasar sequestra o filho da mulher por quem se apaixona, por idealismo, trocando-o por um bebê negro. Sua amada é Ofelia Salamanca, esposa do juiz designado pela coroa espanhola para reprimir a incipiente revolução.
Contudo, o bebê negro morre queimado num trágico incêndio, antes que a troca fosse percebida e Baltasar é convocado as armas pelas tantas revoluções latino americanas que se sucederam no início do século XIX. Durante dez anos da vida do herói revolucionário, entre uma batalha e outra, é meta de Baltasar, encontrar sua amada Ofelia Salamanca, para pedir-lhe perdão e comunicar que seu filho ainda vive.
O livro é absolutamente surpreendente. A cada capítulo, a sucessão de acontecimentos e de ambientações físicas e sociais, tornam a leitura extasiante. Existe uma espera do protagonista, que ao mesmo tempo em que se apresenta angustiante, mostra-se também como uma jornada para que Baltasar Bustos, e o leitor, possam conhecer e reconhecer as origens e culturas latino americanas.
Mais que uma história de um amor impossível, trata-se da história de um continente, onde o autor não se furta de discussões morais, filosóficas e historiográficas. E só nas últimas páginas é que a verdadeira história vem a tona.

A história da América Latina pelo olhar de um mexicano


Minha querida amiga e orientadora, a Émile, me sugeriu há alguns meses o livro "Aura" do mexicano Carlos Fuentes, o qual já comentei aqui no blog. Gostei tanto do livro, que em minhas perambulações pelos sebos do Rio, comprei todos os livros de Carlos Fuentes que achei.
Comecei lendo "Gringo Velho", uma narrativa complexa que demorou a render, mas que quando engrenou, me deixou extasiada. Na sequência, engatei a leitura de "A Campanha": maravilhoso do começo as fim. Agora, estou lendo "A Morte de Artemio Cruz", que também estou achando ótimo!
O que tem em comum todas as obras? O pano de fundo. A história da América Latina. Eu sei que ele não é o único autor a fazer da história pano de fundo. Gabriel García Marquez, David Toscana, Mario Vargas Llosa também fazem isso.
Mas Carlos Fuentes não só usa a história como pano de fundo, como faz da história das guerras, revoltas e revoluções da Latino América uma personagem eixo nos seus romances. É a guerra quem comanda todas as ações, ela é a esteira, a moira dos personagens.
Outro elemento bastante marcante é a preocupação com a exposição das culturas americanas, assim como em ressaltar como as injustiças sociais marcaram a história.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Universo paralelo


Como eu ia dizendo antes de me empolgar, defender a pós modernidade e me eximir de quaisquer responsabilidades profissionais sobre as ações que podem mudar o rumo da humanidade (se não entendeu nada, leia o post anterior)...
A cultura, ou as culturas de massa, me proporcionam muita diversão. Sobretudo no quesito quadrinhos, ou arte sequencial, como meu amigo Edson sempre teimou em corrigir.
Sempre adorei quadrinhos! Sempre li todos que caíssem na minha mão, geralmente do meu tio Nenê ou dos amigos dele. Mas não adquiri o hábito de comprá-los, em parte por meu pai nunca ter aprovado minhas preferências, que ele julgava masculinizadas e mandar eu escolher entre os quadrinhos e uma outra coisa que eu gostasse muito (e ele sempre fazia isso!). E minhas leitoras sabem do que falo, porque há coisas na vida que uma menina não pode viver sem tê-las como blusas, maquiagem, bolsinhas, lápis, estojos, etc, etc, etc.
Quando conheci Juliano, conheci também suas caixas de papelão sob a mesa do escritório que me atrapalhavam ao usar o computador. Estavam todos lá, os quadrinhos de uma coleção que ele passara grande parte de sua vida angariando. E lá permaneceram até comprarmos um jogo chamado "X-Man Legends". Foi aí que meu namorado percebeu minha confusão mental a respeito da mitologia dos quadrinhos e me proporcionou um curso intensivo que consistiu em ler todos os arcos que ele julgava imprescindíveis.
Para quem não lê esse tipo de publicação eu vou explicar. Os quadrinhos funcionam como seriados de televisão e os arcos de história ou sagas, são como suas temporadas. Na verdade os seriados é que funcionam como os quadrinhos se levarmos em consideração que a DC Comics está no mercado desde a década de 30 (mas eu só leio Marvel).
Naquele momento foi-me apresentado outro universo. Um universo que me diverte acima de tudo, mas que já me deixou irritada, me fez tomar partido e até me fez chorar quando morreu o Capitão América, durante o "Guerra Civil". E foi por causa desse universo que eu me aproximei do Edson, que havia sido meu colega de universidade por quatro anos e mal tínhamos trocado meia dúzias de frases em todo aquele tempo. Mas era orientando de Juliano e vivia na minha casa.
O Edson é esquisito, sabe que é esquisito e gosta de ser esquisito. Apesar da esquisitice o legado que o Edson deixou pra mim foi maravilhoso (o Edson tá vivo, ele só esqueceu por um tempo que era meu amigo e sumiu um tempão! Mas ele já se lembrou. Não falei que ele era esquisito?): a Émile, o Thiago Jedi e meu universo paralelo, que se reuniram todos na última sexta. Fomos assistir a estréia do "Homem de Ferro 2", como fizemos na estreia de "Wolverine", só que dessa vez, o filme contou com a participação de Juliano Pirajá. Foi ótimo!
Os filmes de heróis poderiam ser mais frequentes, pois só vejo o Thiago assim.
E se você gosta tanto de heróis Marvel quanto eu, não se levante da poltrona ou desligue o DVD antes que os créditos terminem e a apareçam os logotipos. Sempre tem mais uma ou duas cenas que te dão uma dica sobre o próximo filme. Dica e ódio, pois demora mais de ano para sair a sequência.

O mundo pós moderno


Ficção e cultura de massa foram duas das maiores criações da humanidade. Adoro ambas. Cinema, quadrinhos/arte sequencial, moda, informação em um clique, digitalização, jogos eletrônicos - como é admirável nosso mundo novo!
Fico embasbacada quando as pessoas resolvem discutir a pós modernidade como se ela fosse a grande mazela do mundo contemporâneo. Qual é o problema? Concordo que a banalização do corpo e a falta de critério para os estudos pós modernos dão um pouco nos nervos, mas a vida é assim. Daqui a alguns séculos, toda essa informação acumulada pode ser muito útil. Ou não. Vai saber...
Eu, particularmente, acho a pós modernidade uma bênção! Nunca houve tanta tolerância, tantas possibilidades, tantas subculturas e identidades. O mundo é plural e as pessoas podem viver como bem entenderem. Quer dizer, uma parte das pessoas. Porque como qualquer condicionante cultural e/ou cronológica, existe um número de excluídos maior que de incluídos. E esse tipo exclusão se dá por dois critérios (os mesmos durante toda a história da humanidade): capital e tecnologia.
Gabe-se por fazer parte da elite econômica, intelectual e cultural do mundo! Se tiver alguma dúvida, lembre-se que chineses, indianos, africanos e pobres de todo o planeta totalizam mais que dois terços da população mundial.
Mas este post não era para ser dedicado a fome no mundo nem ao subdesenvolvimento humano. Sociólogos, economistas e antropólogos que façam isso. Eu só conto a história e critico a visão deles. Não há responsabilidade social na história e sim uma narrativa bem construída e verossímil, para que todos, inclusive eu, possam acreditar nela.
O tema inicial do post não era esse. Até o título era outro. Mas eu me empolguei. Então vou escrever outro.