Vamos, Flamengo!

Domingo é sempre um dia meio morto. Se não fosse pelo futebol, acho que preferiria dormir no sábado e acordar na segunda pela manhã,mas, graças aos deuses, aos chineses e aos ingleses, o futebol existe! Depois do almoço, modorra, sesta... entre a cortina do sono, vi o primeiro gol do Chelsea - Didier Drogba -, não vi os outros dois. O Chelsea bateu o Arsenal por 3 X 0, para minha felicidade e desconsolo de meu marido, que se diz torcedor dos Gunners. Costumo chamá-los de Arsenal Babies, pois chega quase a ser exploração de trabalho infantil, considerando que a média de idade do Arsenal é de 23 anos. Só acordei realmente (na verdade acho que ainda não acordei), quando escutei o narrador dizer que a bola chutada por Toró havia batido na trave. Era o Flamengo! E eu dormindo! Tratei de despertar, me sentar direito, afastar os sonhos.
Meu coração batia na garganta. Quando vi a falta do Toró em Ronaldo, tive pena, mas logo pensei "Coitado o escambau! Hoje ele é nosso adversário! Judas! Flamenguista uma ova!". É assim que funciona a mente do torcedor: como uma colmeia, um enxame, você deixa de ser indivíduo, torna-se parte de uma entidade, a torcida. As emoções são as mesmas, em milhões de corações, com mais, ou menos intensidade: ira, revolta, preconceito, paixão, lealdade...
Um festival de encontrões, chutes, cotoveladas, cartões amarelos e um vermelho. Ronaldo havia sido substituído por Souza, cuja falta de coordenação motora os flamenguistas conhecem bem,um grande alívio! Logo sairia o gol... Zé Roberto! Daí, nada além das defesas espetaculares de Bruno e o penalti sofrido e convertido pelo meu herói, Léo Moura. Herói! Passou anos equilibrando meu time, que era medíocre... na verdade, medíocre era eufemismo.
Hoje, tudo diferente! Líder! Em anos, finalmente, líder!
Eu tinha 13 anos anos quando vi o Flamengo campeão pela última vez, tinha vivido menos que a metade da minha vida. Que a próxima seja domingo! Que inveja da Émile! Ela vai estar no Rio domingo! È inveja boa!