terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Vergonha brasiliense


Eu tinha planejado meu texto a partir do absurdo feriado de hoje: "Dia do Evangélico". Não tenho nada contra religiosidades e minha indignação não é contra os evangélicos, até porque, quem me conhece bem sabe que sou completamente tolerante a todo o tipo de diferença. O que me deixa chocada é não termos um feriado da Consciência Negra, que contemplaria e homenagearia as raízes da maioria da população brasiliense, ao invés de apenas um segmento (apesar de achar que sim, os evangélicos merecem um feriado, uma vez que são obrigados a respeitar tantos feriados católicos). Poderia enumerar diversos outros motivos, mas foi a cena que vi sábado, no noticiário, que me fez mudar a direção: a deputada Eurides Brito (e tantos outros), propositora do dito feriado, recebendo propina. Não me surpreendi. Assim como também não me surpreendeu o envolvimento direto do governador Arruda, ou "Comigo Ninguém Pode", como ele mesmo sugeriu que deveria ser chamado. Eu sempre disse a quem quisesse ouvir, que esse senhor não passava de um ladrão de galinhas! O eleitor brasileiro realmente não tem boa memória! Eu jamais esqueci da cena dantesca, onde esse senhor chorava suas lágrimas de crocodilo após o cerco ter se fechado sobre ele, no caso da violação do painel de votação do Senado. Mas, acho que o eleitor brasiliense havia se esquecido, e o elegeu no primeiro turno. Mesmo a quantidade de obras que brotaram no Distrito Federal no penúltimo ano do mandato do governador parece não ter perturbado o brasiliense, sequer o dinheiro do SUS, desviado para prover fundos ao BRB. Será que agora o eleitorado vai se lembrar de quem realmente é a pessoa que foi eleita para o governo do Distrito Federal há três anos? O próprio governador zomba da memória de seu eleitor garantindo a seu partido que pode se explicar e se reeleger! Espero que as entidades competentes tomem as providências cabíveis. Quanto a mim, estou inclinada a seguir o exemplo de nossos vizinhos argentinos, batendo panela na porta do Buritinga, pois ainda não me esqueci, e provavelmente não me esquecerei do governador que não investe decentemente em educação, mas tem a cara de pau de dizer que os professores do Distrito Federal "sofrem de preguicite aguda". Agora, a porta do galinheiro ficou aberta para uma certa raposa velha e matreira, porque o eleito brasiliense, com certeza já se esqueceu de suas últimas peripécias!

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