sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Enfim, férias...
Acabou-se o ano letivo, as preocupações serão adiadas até fevereiro, nada mais entre eu e minhas férias.
Bons livros serão lidos: "Galiléia" (Ronaldo Correia de Brito), "O exército iluminado" (David Toscana), "O cangaceiro e a costureira" (Frances de Pontes Peebles), "Relato de um náufrago" (Gabriel Garcia Marquez), "As cosmicômicas" (Italo Calvino), "Rosário Tijeras" (Jorge Franco). Bibliografia básica, pois ainda não inclui os livros que comprarei nos sebos do Rio de Janeiro e na Livraria da Travessa. Sim, porque em cinco anos de casamento vamos repetir pela primeira vez nossa viagem. Mas o Rio é o Rio, mesmo que todos os anos viajássemos pra lá, o roteiro nunca seria o mesmo.
Que lugar fantástico é o Rio de Janeiro! Como o choque de realidade me afeta! Como me sinto provinciana em morar em uma cidade onde não há uma livraria ou um cinema decentes, onde nem sequer existe um teatro! Poder desfrutar da civilização não tem preço. Fazer trinta programas e só repetir se eu quiser...
Mas nem sempre foi assim.
Eu me lembro de que as férias em família eram realmente frustrantes! Íamos a cidades onde muitas vezes nem havia o que fazer, fora ir a praia, claro! Percebia que minha mãe também ficava em pânico, e sempre que podíamos, havia uma fuga para uma cidade maior. Meu pai achava absurdo que quiséssemos ir ao shopping ou ao cinema durante as férias. Era como se férias fosse um período de hibernação, onde não se podia fazer nada além de torrar no sol.
Meu pai sempre implicava com meus hábitos. Eu era obrigada a acordar cedo porque "tinha de ir a praia", se eu não tivesse a fim, minha vontade não era considerada, meu pai dava um piti e eu acaba indo - nunca entendi bem, se eu estava de férias, porque eu tinha de acordar cedo?
Havia também uma certa tensão quando eu me escondia do sol ao invés de passar bronzeador (ainda bem que minha mãe se conscientizou de que os raios uv existem), eu me sentia um peixe na frigideira - benditos sejam os dermatologistas e seus sermões sobre o filtro solar.
Pior ainda era quando eu abria um livro, meu pai resmungava e perguntava se eu não tinha nada melhor para fazer - fazer o quê? Geralmente não tinha nem uma banca de jornal decente! O que eu podia fazer?
Além de tudo, ainda tinha a família inteira! Minha família nunca viajava sozinha, era uma caravana com pelo menos mais duas famílias apensas. Ficavámos uns quinze dias dividindo banheiro, nos acotovelando por um espaço para comer, tropeçando nos que dormiam amontoados em colchões espalhados pela casa. Que pesadelo!
Eu juro que nunca entendi esse comportamento gregário.
Só depois de adulta percebi o quanto as férias podem ser boas. Juliano e eu, temos algumas regras:
1. Nunca passar mais que cinco dias em um mesmo lugar - a não ser que estejamos numa metrópole.
2. Viajar em nosso carro - a não ser que a viagem no carro alheio seja programada e curta. Uma carona, por assim dizer.
3. Nunca reunir gente demais - seis já começa a ser muita gente.
4. Só repetir o programa se valer a pena - se faltar opção, tá na hora de ir embora.
5. Não obrigar ninguém a fazer nossos programas, para não termos a obrigação de retribuir.
6. Descansar quando necessário, afinal, férias também servem para isso.
7. Nunca dirigir de noite na rodovia.
8. Por último e mais importante: parar sempre! Fome, sede e xixi não esperam. São féria, não tortura!
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Lili, seu livro chegou!!! Eetá aqui comigo. Quer que eu leve pro Rio? Beijos e boas férias!!!
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