sexta-feira, 5 de março de 2010

Doce bizarria





Poucos escritores conseguem transformar o bizarro em entretenimento como David Toscana. Autor de "O último leitor", "Santa Maria do Circo" e "O exército iluminado" e outros não traduzidos para o português, o mexicano é considerado um dos grandes nomes do realismo mágico da atualidade.
Mas Toscana supera todos os outros em bizarrices: um cadáver que aparece num fundo de um poço e um bibliotecário que ensina o que o leitor deve ou não ler, uma cena tórrida com abacates; uma cidade fundada por circenses, uma mulher barbada romântica e papeizinhos que definem a função de cada um na cidade (cada uma!), e um porco que toma o lugar de uma bela mulher; um professor de história tão romântico, que corre maratonas imaginárias e forma um exército nada comum.
O melhor de tudo é que o leitor não consegue perceber a bizarria até refletir sobre ela. O texto, geralmente é lindo e hilário, simultaneamente. A diferença é tratada como pano de fundo, sendo os personagens tão humanizados que a identificação é imediata. Ninguém torna o bizarro tão doce e atraente quanto David Toscana.

2 comentários:

  1. Também adorei Toscana, Lili! Mas só li "O último leitor" e mesmo assim acho impagável o quarto das baratas reservado aos livros ruins!rsrs
    Beijão

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  2. Eu não conhecia esse autor... vou procurar pra ler correndo pois o realismo fantástico me encanta né amiga? rsrs Vc sempre tem dicas preciosas...

    Beijos
    =)

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