quinta-feira, 15 de abril de 2010

Quem me dera...


Quem me dera ser nuvem, pairando tranquila sobre os mortais, sem a preocupação de ir a algum lugar, estar em lugar algum, de ser observada, de passar desapercebida...
Quem me dera ser a criança que repara o movimento da nuvem, sonhando em crescer, sem pressa, vendo formas de animais na dita nuvem...
Quem me dera ser o cão que observa seu pequeno dono, lambendo-lhe a face de quando em vez, sem preocupar-se se amanhã poderão gozar esse momento como hoje, sem saber o que o menino vê, sem preocupar-se em levantar os olhos para o céu...
Quem me dera ser a grama que cresce sob o cão e seu dono, sem ser notada, mas que continua seguindo seu ciclo e não se preocupa se com ela se deitam ou se lhe pisam...
Quem me dera ser a terra na qual foi plantada a grama, que está em toda parte, que a tudo gera e a tudo consome, sem preocupar-se quem lhe atribuirá culpa de vida ou de morte, de berço ou ataúde...

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