Me sinto muito culpada de não escrever no meu blog todos os dias, afinal, isso é ou não é um diário? Mas tem dia que realmente não dá! As vezes falta tempo, as vezes falta saco, as vezes falta assunto.
Não posso ficar o tempo todo narrando as peripécias dos meus cães ou como é tediosa minha vida sem trabalhar. Mas sempre que recorro a minha lista de blogs, percebo que seus autores também procrastinam suas postagens e aí, o blog perde seu sentido.
Então este post é um protesto! Contra todos os blogueiros procrastinadores (isso me inclui)! Postemos! Não deixem que seus blogs criem poeira! Não se abalem com a falta de leitores (eu mesma só tenho 10)! Falem da sua mãe, do cachorro do vizinho que não te deixa dormir, do carro de som da propaganda eleitoral, mas falem alguma coisa!
Agora eu queria fazer um pedido ao meu amigo Élvio: volta a postar! Eu suplico! Seu blog era bizarro mas era muito engraçado!
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Meu quintal é pequeno. E daí?
Há tempos queria um outro cachorro e a alegação do meu marido era sempre essa: o quintal era muito pequeno para três cães, ração custa caro, banho mais ainda. E uma tartaruga? Otto vai matá-la (provavelmente da mesma forma que supostamente mataria a Dandara). Peixes dourados? Dão azar (claro que eu não acredito nisso). Um iguana? Credo! Acho que o máximo que me seria permitido era um tamagoshi - será que aquilo ainda é fabricado?
Mas Dandara deu cria e os dois últimos filhotes, Saramago e Vênus não foram vendidos tão facilmente como as outras. Ele por ser macho e ela por ser meio "fora dos padrões".
Quando Saramago foi vendido, Juliano decidiu que era humilhação demais para a pobre Vênus ser exposta sozinha para venda. Ainda mais porque ela teve banzo quando percebeu a ausência do irmão. Pensamos em possíveis donos para a Vênus. A Émile, não, a pobrezinha morreria de fome em uma semana. A Mari, não, morreria em três dias por falta de cuidados. A Kênia não quis, não tem espaço. Fernanda e Eneida já tinham cadelas demais. Depois disso, "my sweet baboo" resolveu negociar comigo a permanência da criaturinha. Ele já tinha decido que ela ia ficar, mas queria que eu dissesse, talvez para dividir um arrependimento futuro.
O quintal não aumentou, mas Vênus acabou ficando.
Já ganhou duzentos apelidos: Clarice, Arizona, índia mestiça, Mickey Mouse, magrela e outros. Chinelos são roídos, roupas arrastadas, a Dandara dá chilique de ciúmes e meu cinzeiro da Colombo acaba de virar dois (se fosse qualquer outra pessoa, estaria sendo psicologicamente torturada pelo acidente). Mas ela é amorosa, engraçada e muito simpática! Sem falar que é um gênio!
Ela é a sombra de Juliano. Pra onde ele vai, ela vai. Onde ele deita, ela deita. Quando ele sai ela chora e procura por ele.Como não amar?
Mas Dandara deu cria e os dois últimos filhotes, Saramago e Vênus não foram vendidos tão facilmente como as outras. Ele por ser macho e ela por ser meio "fora dos padrões".
Quando Saramago foi vendido, Juliano decidiu que era humilhação demais para a pobre Vênus ser exposta sozinha para venda. Ainda mais porque ela teve banzo quando percebeu a ausência do irmão. Pensamos em possíveis donos para a Vênus. A Émile, não, a pobrezinha morreria de fome em uma semana. A Mari, não, morreria em três dias por falta de cuidados. A Kênia não quis, não tem espaço. Fernanda e Eneida já tinham cadelas demais. Depois disso, "my sweet baboo" resolveu negociar comigo a permanência da criaturinha. Ele já tinha decido que ela ia ficar, mas queria que eu dissesse, talvez para dividir um arrependimento futuro.
O quintal não aumentou, mas Vênus acabou ficando.
Já ganhou duzentos apelidos: Clarice, Arizona, índia mestiça, Mickey Mouse, magrela e outros. Chinelos são roídos, roupas arrastadas, a Dandara dá chilique de ciúmes e meu cinzeiro da Colombo acaba de virar dois (se fosse qualquer outra pessoa, estaria sendo psicologicamente torturada pelo acidente). Mas ela é amorosa, engraçada e muito simpática! Sem falar que é um gênio!
Ela é a sombra de Juliano. Pra onde ele vai, ela vai. Onde ele deita, ela deita. Quando ele sai ela chora e procura por ele.Como não amar?
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Atire a primeira pedra
Desde o anúncio da pena de morte por apedrejamento da iraniana Sakineh Ashtiani venho acompanhando o caso com interesse. Ainda não consigo compreender como em plena era digital alguém pode ser apedrejado.
Não sou completamente contra a pena capital, mas se ela é aplicada, o réu/ré só deve ser executado/a quando não existir quaisquer dúvidas sobre a culpabilidade e unicamente em crimes brutais. Mas, não sou eu quem faz as leis.
Num país como o Irã, uma teocracia, a pena capital nem deveria existir! Uma vez que Alá não pode comparecer ao tribunal, quem julga é o fanatismo dos aiatolás, impondo uma moral arcaica e cruel.
Para quem não entende lhufas do Irã, recomendo a leitura de "Persépolis" de Marjane Satrapi, um romance gráfico (o termo está na moda, mas também pode ser lido como história em quadrinhos ou arte sequencial, vai da preferência de cada um) em que a autora iraniana narra as transformações de um país extremamente ocidentalizado em uma ditadura religiosa. Também há uma animação homônima, para quem preferir.
Não se enganem: o apedrejamento não é cultural, é mera crueldade. A Revolução Islâmica iraniana se deu em 1979, portanto, citando Eric Hobsbawn, há uma invenção da tradição. E só pra constar, iranianos não são árabes, são farsi, ou como nossa lusofonia impõe, são persas.
Tudo bem que a pena por apedrejamento foi suspensa por enquanto, mas a pobre mulher já está presa há quatro anos! Por adultério e suposto envolvimento no assassinato do marido, que se for comprovado vai levar a mulher pra forca! As penas capitais do Irã não passam de um grande show de horrores! Não tem nada a ver em poupar a sociedade de um criminoso irrecuperável, mas em demonstrar a sociedade os abusos a que está sujeita caso discorde do regime dos aiatolás. É pura violência psicológica!
Tenho certeza de que sou uma pessoa tolerante. Detesto e coíbo qualquer manifestação preconceituosa sob meu teto, seja racial, étnica, cultural, sexual ou individual. Acho que relativizar é a palavra de ordem, mas nessas situações, tenho que concordar com Juliano e suas frases absurdas sobre relativismo exagerado. Neste caso, não há como! Não tem nada de cultural, é barbárie, crueldade, abuso de poder...
E fala sério! Quem é assassinado sendo eletrocutado numa banheira por várias pessoas?
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