Há tempos queria um outro cachorro e a alegação do meu marido era sempre essa: o quintal era muito pequeno para três cães, ração custa caro, banho mais ainda. E uma tartaruga? Otto vai matá-la (provavelmente da mesma forma que supostamente mataria a Dandara). Peixes dourados? Dão azar (claro que eu não acredito nisso). Um iguana? Credo! Acho que o máximo que me seria permitido era um tamagoshi - será que aquilo ainda é fabricado?
Mas Dandara deu cria e os dois últimos filhotes, Saramago e Vênus não foram vendidos tão facilmente como as outras. Ele por ser macho e ela por ser meio "fora dos padrões".
Quando Saramago foi vendido, Juliano decidiu que era humilhação demais para a pobre Vênus ser exposta sozinha para venda. Ainda mais porque ela teve banzo quando percebeu a ausência do irmão. Pensamos em possíveis donos para a Vênus. A Émile, não, a pobrezinha morreria de fome em uma semana. A Mari, não, morreria em três dias por falta de cuidados. A Kênia não quis, não tem espaço. Fernanda e Eneida já tinham cadelas demais. Depois disso, "my sweet baboo" resolveu negociar comigo a permanência da criaturinha. Ele já tinha decido que ela ia ficar, mas queria que eu dissesse, talvez para dividir um arrependimento futuro.
O quintal não aumentou, mas Vênus acabou ficando.
Já ganhou duzentos apelidos: Clarice, Arizona, índia mestiça, Mickey Mouse, magrela e outros. Chinelos são roídos, roupas arrastadas, a Dandara dá chilique de ciúmes e meu cinzeiro da Colombo acaba de virar dois (se fosse qualquer outra pessoa, estaria sendo psicologicamente torturada pelo acidente). Mas ela é amorosa, engraçada e muito simpática! Sem falar que é um gênio!
Ela é a sombra de Juliano. Pra onde ele vai, ela vai. Onde ele deita, ela deita. Quando ele sai ela chora e procura por ele.Como não amar?
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